Fetranspar e Faep se manifestam contra protesto dos caminhoneiros

A Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná se posicionou contra o protesto de caminhoneiros com bloqueios nas estradas. De acordo com a Fetranspar, a paralisação está prejudicando o transporte de cargas em todo o país. No Paraná, já são seis dias de paralisação nas estradas em um protesto dos caminhoneiros contra a alta nos preços dos combustíveis, dos pedágios e impostos sobre o transporte.

Na avaliação do presidente da Fetranspar, Sérgio Malucelli, as empresas tê reclamações em comum com a categoria, mas não acreditam que os bloqueios sejam a melhor maneira de buscar mudanças.

Uma reunião será realizada amanhã (24) e também na quarta-feira (25) em Salvador, com a Confederação que representa as empresas, para que solicitações sejam feitas ao Governo Federal.

A Fiep, Federação das Indústrias do Paraná, fez hoje (23) um apelo para que os manifestantes liberem a passagem de caminhões com cargas perecíveis. De acordo com a nota, há notícias de cargas retidas de leite e carnes e os produtos estão sendo descartados, porque não chegam às indústrias e estraguem no caminho.

O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, teve reunião com o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná, Gilson Luiz Cortiano, para pedir que a fiscalização garanta a passagem das cargas perecíveis. Também participaram do encontro os presidentes da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), Darci Piana, da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, e do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná, Péricles Salazar.

Sindicatos filiados à entidade que representam as indústrias de carne e de leite, entre outros, já registram problemas com a manifestação. No caso do leite, a situação mais grave está na região Sudoeste do Paraná. De acordo com a Fiep, há vários relatos de produtores que não estão conseguindo transportar o leite até as indústrias de laticínios. Como se trata de um produto altamente perecível e de produção diária, os produtores não têm como armazená-lo por muito tempo, em muitos casos já tendo que descartá-lo.

Situação semelhante vive o setor de carnes: aves, suínos e bovinos. Grandes exportadores, os frigoríficos também estão enfrentando problemas em relação ao recebimento de cargas, o que tem comprometido a produção.

Na nota, o presidente afirmou que “O direito à manifestação é legítimo, porém não pode se sobrepor ao direito à livre circulação de pessoas e mercadorias.”

A Faep, Federação da Agricultura do Estado do Paraná também se manifestou em nota, que diz “A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) entende que as raízes desse movimento estão vinculadas aos desacertos e desarranjos da política econômica que vem sendo praticada nos últimos anos pelo governo federal.

O mercado é o melhor remédio para estabelecer preços, a oferta e procura não foi ainda extinta, mas enquanto se assiste a queda de praticamente 50% no preço internacional do petróleo, apenas no Brasil seus derivados tem seus preços disparados.

A FAEP entende que as autoridades responsáveis por essas incongruências devem agora buscar uma solução com a classe dos caminhoneiros, evitando que o país seja praticamente paralisado.”

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