POLÍTICA

Em Curitiba, Dilma nega discriminação contra o Paraná

dilma-ptEm evento do PT, presidente tentou se defender de acusações por bloqueio de empréstimos

A presidente Dilma Rousseff aproveitou o evento nesta quinta-feira (3) evento do PT em Curitiba ao lado da candidata do partido ao governo, senadora Gleisi Hoffmann, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para tentar se defender das acusações de discriminação política contra o Estado pelo bloqueio de empréstimos ao Paraná. A defesa aconteceu no mesmo dia em que os R$ 817 milhões do programa Proinveste foram depositados na conta do Estado após dois anos de negociações, três liminares do Supremo Tribunal Federal e um dia depois do governo paranaense ir à Justiça para pedir a prisão do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, por crime de desobediência (veja matéria na mesma página).

Dilma e Lula voltaram à capital paranaense mais uma vez para também tentar alavancar a candidatura de Gleisi, seriamente afetada pelas acusações do governador Beto Richa (PSDB) – candidato à reeleição – de perseguição contra o Estado. Richa atribui a demora na liberação das operações de crédito ao interesse do PT em prejudicar sua administração para favorecer Gleisi na disputa eleitoral. Os petistas negam, atribuindo a dificuldade no repasse dos recursos a problemas de gestão do Estado.
“O Paraná nunca foi discriminado pelo governo federal. Porque para mim, os interesses do povo estão acima de questões partidárias”, afirmou Dilma, primeira a discursar no evento. Ela acabou deixando o local logo após seu discurso, alegando ter outros compromissos ainda ontem à noite, no Rio Grande do Sul.
Dilma também rebateu as acusações do governador e seu grupo, listando investimentos federais no Paraná. “A verdade é que nunca se investiu tanto no Paraná apesar do que falam os nossos adversários”, apontando que através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), teriam sido investidos R$ 47 bilhões em onze anos e meio de governos Lula e dela.
A presidente fez ainda referências às manifestações populares de junho do ano passado, que pediam a melhoria dos serviços públicos. “Quem foi capaz de fazer o ‘Minha Casa, Minha Vida’, a Copa, vai ser capaz de enfrentar o desafio de aumentar a quantidade e a qualidade dos serviços públicos”, garantiu. E às denúncias de corrupção contra o PT, motivadas pelas condenações do processo do mensalão. “Nós não somos engavetadores de processos. Nós, de maneira alguma, vamos transigir com qualquer malfeito”, disse.
Gleisi, por sua vez, aproveitou a sua fala para criticar o atual governo, mas também para atirar contra o candidato do PMDB, senador Roberto Requião, o que ficou evidente já no slogan exibido no evento: “mudar é olhar pra frente”. “O Paraná, tenho certeza, não quer olhar para trás. Passou o tempo do jogo de cena, das ameaças”, afirmou. “O Paraná não quer o passado, não quer o atraso”, disse a petista, argumentando que sua candidatura representaria a mudança. “Não certamente a mudança inspirada em obsessões de personagens do passado”, disse.
Copa – O ex-presidente Lula preferiu se concentrar em rebater as críticas a seu governo e de Dilma, em especial envolvendo a realização da Copa do Mundo. “A conquista da Copa que era um sonho virou um pesadelo porque alguns não queriam, ou porque as coisas não iam ficar prontas”, apontou o petista. “O pessimismo vendido sobre a Copa do Mundo, inclusive pela imprensa estrangeira, incentivado pela imprensa brasileira, não aconteceu. E para a desgraça deles, o Brasil ainda vai ser campeão do mundo no dia 13”, previu ele.

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