Doleira presa diz que Brasil é movido a corrupção e elogia juiz Sergio Moro
Em depoimento à CPI da Petrobras, nesta terça-feira, em Curitiba, a doleira Nelma Penasso Kodama, condenada há 18 anos de prisão nos processos da Operação Lava Jato, fez uma declaração no mínimo insólita: disse que o Brasil é movido a corrupção. Tudo, segundo ela, passa pela Lava Jato. Nelma está presa em Curitiba, desde que foi deflagrada a operação, quando tentava embarcar para a Itália com 200 mil euros escondidos na calcinha. “Uma corrupção cobre a outra corrupção. É o que chamamos no meu mercado de bike. Um santo cobrindo o outro. Quebrou o vício, o círculo, aí o País entrou em crise. O País entrou em uma recessão”, afirmou.
Segundo o Estadão, Nelma foi condenada pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, a 18 anos de prisão e multa por liderar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado de forma fraudulenta R$ 221 milhões em dois anos e enviado para o exterior outros de U$S 5,2 milhões por meio de 91 operações de câmbio irregulares.
“Eu tenho vergonha de dizer hoje que sou doleira, de ter participado disso tudo. Eu admiro a atuação do juiz federal Sérgio Moro, mesmo sendo condenada a uma pena pesada. Eu o admiro, eu acho que estão tentado virar, falando que há desemprego, recessão, porque pararam as obras”, afirmou a doleira. “Se for necessário que haja desemprego ou recessão para acabar com corrupção… vamos lá, somos brasileiros.”
Outros depoimentos
O ex-deputado Luiz Argôlo e o operador René Luiz Pereira ficaram em silêncio durante a maioria das perguntas dos parlamentares durante a CPI. O ex-deputado André Vargas (sem partido-PR), também ficou em silêncio durante os questionamentos e justificou a opção afirmando que ainda não tem conhecimento de todas as acusações que pesam sobre ele.