Riocentro: Prêmio Esso de Jornalismo sofre ameaça de morte no Paraná
O jornalista José Carlos Sucupira denunciou em seu perfil no Facebook, neste domingo (9), que ainda sofre ameaças de morte por causa de reportagem feita para o Jornal do Brasil sobre o Caso Riocentro. As investigações publicadas no JB, além de ajudar na elucidação do atentado terrorista cometido por militares em 1981, lhe renderam o Prêmio Esso de Jornalismo em 1988.
Na semana passada, o premiado jornalista esteve em Brasília para depor no Ministério Público Federal sobre o mesmo Caso Riocentro. Nas redes sociais, Sucupira conta que ainda é ameaçado por mexer com os poderosos, falar a verdade.
No entanto, a grande preocupação é com a segurança dele no Paraná. Ele pensa em deixar Curitiba. “Uma pena que nem eu nem qualquer cidadão se sinta seguro no Paraná, a questão não é pessoal, amo o Paraná mas não confio no Beto [Richa]“, tuitou no começo desta noite.
Exatamente por isto, uma comissão de 12 deputados federais e dois senadores foram até a Polícia Federal (PF) para pedir proteção ao jornalista.
Em pleno ano de 2014, a direita reacionária sabe que por trás do Riocentro existem coisas ainda mais perturbadoras e que ainda estão sendo mantidas em sigilo.
A PF não garantiu nenhum tipo de proteção, a não ser que haja mais algum tipo de ameaça ou perigo. Mas não é tom de perigo as ameaças anteriormente feitas?
Algumas informações acerca do Caso Riocentro
O MP no Rio de Janeiro denunciou seis pessoas por crimes de homicídio doloso, associação criminosa armada e transporte de explosivo no atentado a bomba no Riocentro, em 1981, durante a realização de um show para comemorar o Dia do Trabalho.
Outros nove suspeitos de envolvimento foram identificados, porém não foram indiciados por já terem morrido. “Se fosse uma tentativa de homicídio comum, por exemplo, já teria prescrito. Mas nesse caso, não há prescrição por se tratar de um ataque sistemático do Estado contra a população. É imprescritível”, explicou o procurador Antônio Cabral.
O órgão federal requereu à Justiça pena de 36 anos e seis meses de prisão para o general reformado Newton Araújo de Oliveira e Cruz, que confessou, em depoimento ao MP, que teve conhecimento do atentado antes da execução, e 36 anos de prisão para o também general reformado Nilton Cerqueira.
A mesma punição foi solicitada em relação ao ex-delegado Cláudio Antônio Guerra e ao coronel reformado Wilson Luiz Chaves Machado.
Para o major Divany Carvalho Ramos e o general Edson Sá Rocha, foram pedidas penas de um ano de prisão e dois anos e seis meses de prisão, respectivamente.
Com informações do Blog da Luciana Pombo.